A Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de Mato Grosso definiu a composição dos membros e, com isso, os processos disciplinares protocolados no setor devem ter andamento, entre eles os que pedem a cassação dos deputados Ulysses Moraes e Gilberto Cattani, ambos do PSL, por acusação de quebra de decoro, com a divulgação de fake news, e homofobia.
A comissão é presidida pelo deputado Eduardo Botelho (DEM), e tem como membros, Elizeu Nascimento e Claudinei Lopes, ambos também do PSL. O deputado Paulo Araújo (Progressistas) e Doutor Gimenez (PV) foram escolhidos para o cargo de corregedor e corregedor substituto, respectivamente.
O g1 entrou em contato com a assessoria dos dois parlamentares, mas não houve manifestação até a publicação desta reportagem.
Ulysses foi denunciado pelo deputado estadual Wilson Santos (PSDB) por ter divulgado um vídeo editado em que o tucano aparece defendendo a criação de novos impostos em Mato Grosso. Wilson alegou que o colega propagou uma fake news, o que fere o decoro parlamentar.
Cattani, por sua vez, foi denunciado por homofobia pela Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), por ter usado suas redes sociais para postar a frase “ser homofóbico é uma escolha, ser gay também”.
Já Ulysses Moraes foi alvo de representação por quebra de decoro parlamentar, apresentada por Wilson no dia 4 de agosto. Ulysses vai responder a processo disciplinar na Comissão de Ética.
Segundo a representação, a fake news foi divulgada após a sessão que analisou a destinação dos recursos do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal de Mato Grosso (FEEF/MT). Na sessão, Wilson se manifestou de forma favorável ao projeto do governo do estado, no sentido de o fundo ser usado para beneficiar não só a Saúde, mas também a Assistência Social.
Contudo, de acordo com o parlamentar do PSDB, Ulysses produziu um vídeo com montagem e trucagem, tirando a fala de contexto para denegri-lo, “com o claro intuito de introduzir mensagem errada para a população que o acompanha”.
Acusação de homofobia
O deputado estadual Gilberto Cattani (PSL) realizou uma postagem considerada homofóbica nas redes sociais no dia 19 de maio. No post, ele afirma que “ser homofóbico é uma escolha, ser gay também”. Cattani assumiu a vaga deixada por Silvio Fávero, que morreu em decorrência da Covid-19 em março deste ano.
Na época, entidades se manifestaram por meio de nota de repúdio contra o posicionamento do parlamentar.
O movimento de luta pelos direitos humanos da população LGBTQI+ de Mato Grosso repudiou a atitude do deputado.
No final de maio, a OAB ingressou com uma representação na Assembleia Legislativa contra a manifestação do deputado em suas redes sociais.